"O nazismo pode até ter morrido. Mas os seus 5 pilares, as 5 idéias que deram origem a ele, sobreviveram à guerra e aos 60 anos depois dela. O carimbo de “aprovado pela ciência” continua sendo distribuído a esmo, e dando aval a projetos imorais. O racismo e a noção de que os homens são desiguais continuam a ser forças que movem multidões, e o nacionalismo exacerbado anda quase sempre ao lado deles. A “busca do progresso” e a modernidade continuam sendo argumentos invencíveis, que quase sempre dispensam a ética em nome da eficácia (ou, cada vez mais, do lucro). E as utopias continuam convencendo o homem a desprezar o indivíduo em nome do “moderno”, do “belo” ou do “sonho”. Pelo menos já sabemos no que essa mistura pode dar. É melhor não esquecer." (Texto Eduardo Szklarz. SUPER 215, julho de 2005).
Manifestações fascistas ganham cada vez mais adeptos no universo do futebol europeu e assustam muita gente que achava que este passado fora enterradoapós a Segunda Guerra Mundial.
No dia 15 de março de 2010, em rodada válida pelo campeonato italiano de futebol, o jogador argentino Mauri Zárate, do Lazio, causou polêmica ao saudar a torcida de sua equipe com um gesto fascista, realizado com o braço direito enquanto os times se aqueciam em campo. O jogador, que não pôde entrar em campo por ofender um árbitro, assistiu ao jogo nas arquibancadas, próximo aos "ultras", torcedores de extremistas do Lazio. O incidente, porém, não figura como um caso isolado. Nos últimos anos, a relação entre partidos políticos de extrema-direita, grupos neonazistas e futebol vem se tornando cada vez mais estreita em vários países do velho continente, fazendo soar um preocupante alerta.
Recentemente, o próprio Lazio já protagonizara cena semelhante. Em 2005, também pelo campeonato italiano, o atacante Paolo Di Canio (foto), hoje aposentado, fora suspenso por fazer a mesma saudação fascista durante um jogo. Na época, o clube italiano (pelo qual torcia Benito Mussolini), fora multado porque seus torcedores "Ultras" haviam exibido símbolos fascistas e cantado músicas antissemitas nas arquibancadas. E os casos multiplicam- se por toda a Europa. Em 2006, autoridades austríacas denunciaram os torcedores do Branau por publicarem na internet foto na qual fazem saudação nazista. No mesmo ano, torcedores do Paris Sanit-German, da França, foram punidos por exibirem símbolos neonazistas em um jogo. Já em 2008, um árbitro relatou na súmula torcida do Betis de promover manifestações de apologia ao nazismo em jogo válido pelo Campeonato Espanhol. Somados aos casos crescentes de racismo no esporte, a FIFA, nos últimos dois anos, vem intensificando campanhas contra o problema.
O recente fenômeno levou um jornalista espanhol, de pseudônimo Antonio Salas, a publicar o livro “Diário de um Skinhead – Um infiltrado no movimento neonazista”, publicado no Brasil pela Editora Planeta, em 2006. No livro, Salas conta como conseguiu se infiltrar durante quase um ano no movimento neonazista skinhead.
Segundo o autor, os líderes neonazistas da Europa arrebanham jovens envolvendo-se com aquilo que eles mais gostam, como a música e o futebol. Passando-se por um skinhead, Salas foi a vários jogos de futebol do Campeonato Espanhol com a torcida “Ultrassur”, do Real Madrid, torcida do tipo “Ultra”, de orientação neonazista. Nos estádios, esses torcedores entoam músicas como “seis milhões de judeus na câmera de gás, seis milhões a mais...” (em alusão ao número de judeus mortos no Holocausto) e promovem episódios de violência contra estrangeiros que vão aos jogos. Um desses episódios é relatado por Salas. Dois irmãos navarreses foram espancados diante dele próximo ao Estádio do Real, o Santiago Bernabeu, em Madri, por um grupo de torcedores da Ultrassur.
Segundo o autor, os líderes neonazistas da Europa arrebanham jovens envolvendo-se com aquilo que eles mais gostam, como a música e o futebol. Passando-se por um skinhead, Salas foi a vários jogos de futebol do Campeonato Espanhol com a torcida “Ultrassur”, do Real Madrid, torcida do tipo “Ultra”, de orientação neonazista. Nos estádios, esses torcedores entoam músicas como “seis milhões de judeus na câmera de gás, seis milhões a mais...” (em alusão ao número de judeus mortos no Holocausto) e promovem episódios de violência contra estrangeiros que vão aos jogos. Um desses episódios é relatado por Salas. Dois irmãos navarreses foram espancados diante dele próximo ao Estádio do Real, o Santiago Bernabeu, em Madri, por um grupo de torcedores da Ultrassur.
A Ultrassur possui ligações diretas e indiretas com partidos políticos europeus de extrema-direita e até mesmo com algumas diretorias do Real Madrid, que já permitiram que faixas e outros objetos da torcida fossem guardados dentro do próprio estádio. No livro, Salas mostra que há cumplicidade até mesmo com os jogadores. Há fotos que mostram o ex-jogador do Real, o português Figo exibindo bandeiras e flâmulas da Ultrassur, bem como o atacante espanhol Raúl, venerado por suas atuações pelo Real e também pela seleção Espanhola.
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