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Enquanto as vendas de CD continuam em declínio e MP3s são trocados sem barreiras, o antes "jogado às traças" LP está ensaiando seu retorno. As informações são da edição de junho da revista "Rolling Stone" americana. 

Em 2007, de acordo com uma pesquisa da Nielsen SoundScan - instituição que monitora a movimentação da indústria fonográfica -, cerca de um milhão de LPs foram comprados, contra 858 mil em 2006. Baseado nas vendas de 2008 até agora, esse número pode subir para 1,6 milhão até o fim do ano. Enquanto isso, segundo a Associação da Indústria Fonográfica da América, o consumo do CD caiu 17,5% durante o mesmo período. As vendas de toca-discos - que despencaram de 1,8 milhões em 1989 para parcos 275 mil em 2006, de acordo com Associação de Consumo de Eletrônicos - sofreram uma reviravolta no ano passado, quando quase meio milhão foram vendidos. 

Do disco "Magic" de Bruce Springsteen e do "Consolers of the Lonely" do grupo Raconteurs, até "Jukebox" de Cat Power e "Third" do Portishead, agora é possível comprar versões em vinil de vários grandes lançamentos. E os artistas estão fazendo sua preferência pelo vinil ser conhecida. 

Apesar dos avanços tecnológicos (como o CD) terem prejudicado seriamente o LP, as novas tecnologias têm sua parte no ressurgimento das bolachas de vinil. LPs antigos podem ser convertidos para MP3 graças a novos equipamentos de toca-discos equipados com portas USB. A empresa Numark, uma das maiores fabricantes desses modelos, desenvolveu os produtos para DJs de boates e se surpreendeu com o sucesso também entre os consumidores comuns: a companhia recentemente vendeu o toca-discos de número 1 milhão.  

O que também colabora com a volta do vinil é a crescente desilusão com o som do CD e do MP3. O CD é há muito tempo conhecido por seu áudio límpido mas excessivamente "magro" (e às vezes metálico). "Com o vinil, a variação vai de precisa a cheia" quando a questão é reproduzir o material da fonte original, explica o renomado engenheiro de masterização Bob Ludwig, que trabalhou com nomes que vão de Bruce Springsteen a Nirvana.

Já no Brasil Em 4 de maio de 2009 iniciaram-se as obras de restauração da Poly Som, que desde 1998 tinha sobre sí a alcunha de única fábrica de vinis da América Latina. Segundo o Twitter da nova fábrica, a meta era fabricar LPs e compactos de alta qualidade a partir do segundo semestre de 2009.

Em 05 de Dezembro de 2009 a @polysom twittou: “Agora é oficial e comprovado: as novas instalações da Polysom permitirão a prensagem no mesmo nível dos melhores da gringa“. A fábrica, que fica localizada em Belford Roxo, no Rio, havia fechado as portas em outubro de 2007.

No ano de 2009 o lugar foi comprado pelos proprietários da gravadora carioca Deck Disc. No Twitter (@polysom) noticiou sobre as obras de restauração e reforma de maquinários bem como das instalações e, ainda em Dezembro de 2009 chegaram à minha timeline informações sobre as primeiras produções nacionais de vinis: “@polysom Pronto. É só encomendar. A Polysom está prontinha para produzir. Pitty, Nação Zumbi, Cachorro Grande e Fernanda Takai ficaram excelentes!”

O LP (ou Long PLay) foi lançado em 1948 e nunca se extinguiu totalmente. É o produto de maior longevidade da história da indústria fonográfica (60 anos!). Além da qualidade sonora ser superior a da digital, o vinil ainda é procurado e preferido dentre milhões de colecionadores, DJ’s, músicos, etc. E os Picture Discs são um brinde aos olhos.

Uma curiosidade: o disco de vinil não precisa de um aparelho de som propriamente para ser “tocado”. Pode-se experimentar colocar o disco rodando sem áudio, com as caixas de som desligadas. Conseguir-se-á, então, ouvir o disco, pois seu princípio de funcionamento se baseia na vibração da agulha no sulco (espiralado, como um velódromo, tendendo ao infinito como uma linha reta) dentro das ranhuras, que nada mais são do que a representação frequencial do áudio em questão. Mas hoje devido a questão de facil cópia dos CD’s muitas bandas (principalmente Rock) estão lançando seus albuns novamente em Vinil para evitar a pirataria.

Conversando com um amigo músico (ou um músico amigo) enumerávamos as vantagens do vinil sobre o mp3 e as gravações digitais do CD (sonora, artística, histórica, interativa, etc.). Porém também cogitávamos se essa não seria uma ação das gravadoras na busca por reacender o mercado fonográfico e, de alguma forma, reeducar a geração download.

No centro comercial mais movimentado de Berlim, Alemanha, a loja Cover Music tem quase metade do seu espaço dedicado a vinis novos e usados.

O mercado americano de vinis cresceu mais de 80% de 2007 para 2008 e a fábrica de Los Angeles diz que o aumento de demanda é real.

A Livraria Cultura, uma grande rede nacional de lojas de livros e discos recentemente inaugurou uma seção de vinil – com lançamentos, como o mais novo álbum da banda britânica Radiohead – , e os resultados são surpreendentes. As vendas do vinil representam menos de 1% do total das lojas, mas cresceram 400% em relação a 2007.

Fabio Herz, diretor comercial da rede de lojas disse em entrevista que incluir o vinil foi uma forma de consolidar a política que a empresa já tem com o CD: o de investir em produtos importados e diferenciados.

Especialistas da área profetizam o fim do CD para os próximos 5/10 anos, porém devido ao acelerado processo massificador tecnológico, isso já é esperado e não se baseia única e exclusivamente à volta do LP.

A verdade é que o vinil sempre foi um brinde aos ouvidos tanto quanto é aos olhos.

Encartes com fotos, letras de músicas, histórico da banda ou do disco em si sempre foram seu ponto forte.

Isso não potencializa a idéia de que os meios digitais de sonorização possam desaparecer já que a tecnologia segue por um caminho sem volta. Possivelmente o vinil torne-se mais um veículo (forte) de distribuição como opção aos adeptos de boa música com qualidade sonora.

Esse vídeo mostra como era a Poly Som


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