Por.: Antonio Marcos Ribeiro
UNEB/Campus XIII
A unidade criada pelo Império Romano fragmentou-se com transformações que ocorreram em ritmos para mais ou menos acelerado em território Europeu. As mudanças no modo de vida na sociedade feudal ocorreram de forma lenta e gradual. O velho estava coexistindo com o novo. Anderson (2007) entende que os bárbaros contribuíram para esse processo de reestruturação da sociedade reformulando e possibilitando a síntese entre sua cultura e a romana. Elementos romanos e germânicos fundem-se na maneira de se produzir bens necessários à sobrevivência o que reflete no modo de vida dos homens o que entendemos como passagem do escravismo ao feudalismo.
Anderson (2007) também concorda que não foi somente as invasões bárbaras tão somente o ponto divisório entre o Mundo Antigo e o Medieval. Vários acontecimentos servem de base que levaram as transformações primordiais como crise do sistema escravista, fim das conquistas militares pelos romanos, crescimento do cristianismo, etc. Mudanças políticas, econômicas e sociais são importantes para compreender todo esse processo histórico. O mundo feudal tem como base os valores da sociedade romana e dos povos germânicos tendo como resultado o isolamento das populações gerado pelo clima de insegurança causado pelas invasões. A nobreza se protegia nos castelos e camponeses passaram a buscar refúgio perto dessas fortificações. Nesses núcleos vão acentuando a formação do feudalismo integrando ainda mais as culturas germânicas e romanas dando base para sua consolidação.
A formação da sociedade feudal precisou de alguns séculos para se estruturar numa dinâmica complexa centradas no Mediterrâneo. A Europa se ruralizava baseado na posse da terra, ou seja, toda organização política, econômica, social e cultural girava em torno do feudo. O princípio básico de sua organização estava na obrigação servil onde a produção era autosuficiente com poder local monopolizado pelos senhores descentralizado do rei. A sociedade estava estruturada na posição do individuo marcado desde o nascimento ao que chamamos de sociedade estamental, onde a mobilidade era praticamente nula.
O feudalismo era fundamentalmente agrário onde a exploração da terra era exercida por camponeses ligados aos senhores que possuíam poderes absolutos. Em linhas gerais, povos bárbaros juntamente com os romanos foram elementos importantes na formação do feudalismo a Igreja foi o elo que permitiu a transição da antiguidade para o sistema feudal. Onde prevaleceram as relações de vassalagem e susserania com sociedade estática e hierarquizada baseado na exploração agrícola. Anderson (2004) na busca de uma síntese concilia fatores internos e externos motivadores para a formação do mundo medieval.
REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO
ANDERSON, Perry. Passagens da Antiguidade ao Feudalismo. São Paulo: Brasiliense, 2007.
DUBY, Georges. Senhores e camponeses. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
FRANCO JÚNIOR. Hilário. A Idade Média: Nascimento do Ocidente. São Paulo: Brasiliense, 2006.
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